terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Resenha Histórica

Esta foi a resenha histórica que enviei ao Vasco para ele fazer o ARTIGO. Sim. É como se fosse para um jornal ou uma conceituada revista. É um Artigo. E como todos os outros têm sempre um toque próprio. Jornalístico? S800 é o seu alter-ego, respira scooter e vive no Offramp
O Vasco é o Opinion Maker da C.S.C.N. O Piloto-de-Testes Oficial. O Homem é imparcial e aborda as Scooters sempre de forma diferente. Os seus textos de verso sublime imprimem-nos para os seus cockpits e fazem-nos sentir o seu motor, os seus pormenores, as suas manhas...
 
"Ora o Vespão!

Do início?! Ok. Andava no Ciclo e o Sr. Élio - o Contínuo, tinha uma 150Sprint cinzento metalizado que me fascinava com as suas formas curvilíneas, contrapondo com as vulgares motorizadas nacionais da época.
Com 14 ou 15 anos trocava correspondência com uma amiga de infância, que vivia e vive em Lisboa; nessa cartas fazíamos desenhos de vespinhas.
Aos 16 anos um colega de escola mais velho, conduzia uma Large Frame que me apaixonava... Era vermelha como o Vespão. Sonhei...

Durante anos buli nas férias grandes com variados objectivos: uma boa BTT (é uma Sunn de 1999 toda xpto, está operacional, rolou muito e rola), uma Renault 4L (compra e restauro) que infelizmente já era... e outras coisas.

Depois da Universidade e com o primeiro emprego, precisava de um substituto para a velhinha Famel Zundapp Z2 do meu Avô. Tirei a Licença Camarária só aos 18 anos e à rebelia dos meus Pais. Foi pau para toda a obra e ganhei com ela o bichinho das viagens... Sim viajei muito com ela e com amigos.

Só aos 20 anos tive carta de carro e consequentemente de mota. Conduzi as de esses amigos. Outras não Vespa.

Aos 25 e juntando uma corôas dos primeiros ordenados, atirei-me de cabeça. Não conhecia a C.S.C.N. e não tinha de lá amigos... Fui à Meca dos Restauros-Como-Deve-De-Ser em Ílhavo (Vidal Stand) e apenas queria uma motinha pra curtir... O discurso normal de um profissinal levou me a acreditar no inevitável e ainda bem, de nada me arrependo. "Faz tudo de uma vez". Sabem o que isso quer dizer.

Apareceu lá uma gasta Vespa sem bancos, roda de trás ou cabeçote, entre outras coisas. Muito pó e nhanha depois o motor descobriu-se de carters partidos e sem volta a dar... Na oficina existia um motor 150Sprint foi refeito e como novo está ainda no Vespão.


Fotografia do Vasco
 
Na passagem de proprietário soube que o Vespão veio da Marinha das Ondas. Ficou vermelha como o chassis gasto ou como aquela que em 1996 estacionava à porta da Escola Secundária de Ílhavo.

Como manda a cartilha é tudo como à nascença; o original de 1968.

Com o acumular de quilómetros mudei ou reformulei várias coisas não irreversíveis: Banco Tipo Corsa com interior modificado e rebaixado para maior diversão na condução. Descanso lateral Buzzetti e espelho no avental, que ajuda muito nas viagens em grupo. O escape é um Sito Plus reforçado na curva, rebaixado no bocal e no aperto ao cárter. A embraiagem foi modificada especialmente para a minha condução, tem cruzeta nova e carreto de 2ª também (excesso de estrada).

O cilindro é o Piaggio original em ferro e o pistão tem a cota máxima para um cilindro 150cc e que não permite mais idas ao torno. Tem só dois transfers e não estão mexidos. O carburador é o 17/20 Dell'Orto original. Tem a peculiaridade da afinação ser feita com recurso a ferramentas específicas de Relojoaria, que são utilizadas também para aperfeiçoar os giglers. Minúcia dos Manos Vidal.

Mistura a 2% com óleo mineral Galp a 4,95€ - só uma agarradela por esquecimento do mesmo num abastecimento demasiado rápido...

As suspenções foram colocadas novas em 2005 e lá estão com sinoblocos novos postos há poucas semanas . Tem um condensador extra à saída do prato que melhora a corrente ao motor e não danifica platinados.

Acho que está tudo e não falta nada! No meu blog tens lá mais umas curiosidades:
 banco e escapecondensador e sinoblocos e
 a agarradela.

Apita se necessário. Grande abraço."
 

O Vasco no Test-Drive ao Vespão.
 
NOTAS: A Sprint do Sr. Élio rola 100% Original, restaurada também no Stand Vidal e é de um amigo aqui de Ílhavo. A amiga de Lisboa é a Filipa da Port'Art.
 

1 comentário:

  1. Barreto,

    Se tivesse que escolher um cognome para a tua Sprint talvez fosse "a honesta". Faz tudo bem e exactamente como é suposto que faça, de um modo muito linear.

    Quanto ao carácter "jornalístico" dos meus escritos sobre scooters, devo confessar que não tenho essa preocupação no que vou escrevendo no blogue, aliás, por regra, fujo à objectividade dos números e das fichas técnicas, porque não é essa a escala nem a perspectiva que me interessa abordar. E não sou jornalista, embora tenha estado perto de sê-lo em determinada altura da minha vida.

    Já a ideia de "piloto de testes oficial" em que acabas de me entronizar :-), sempre me agradou. Simplesmente não consigo resistir a experimentar máquinas diferentes - em especial aquelas que carregam um lastro de história - e avaliá-las pelas sensações que me proporcionam.

    Um abraço,
    Vasco

    ResponderEliminar